Pesquisadores do Canadá
encontraram uma explicação científica em nível celular para a eficácia
da massagem no alívio da dor e na recuperação muscular.
Massagistas agora poderão dizer, com
base científica, por que a atividade que exercem funciona no alívio da
dor e na recuperação muscular. E isso tem a ver com ‘ligar’ e ‘desligar’
genes, segundo estudo.
Por: Cássio Leite Vieira -Publicado em 26/03/2012 | Atualizado em 26/03/2012
Parte dos profissionais de saúde vê a
massagem com ceticismo – afinal, qual a base científica para os tais
benefícios relatados? Porém, não faltam relatos sobre os benefícios e a
eficácia da técnica em sua ação contra a dor.
Agora, veio a público o que parece ser a
primeira explicação científica em nível celular para a massagem. E a
história das razões do estudo – relatada pelo serviço noticiosoScienceNow (01/02/12)
– começa quando Mark Tarnopolsky, da Universidade McMaster (Canadá),
passou a se submeter a massagens por indicação médica, depois de
acidente esportivo.
Veio a público o que parece ser a primeira explicação científica em nível celular para a massagem
O fato de as sessões trazerem alívio
para a dor chamou a atenção do pesquisador. Haveria base celular para o
que ele sentia? Tanopolsky, coincidentemente, trabalha com metabolismo
celular.
O cientista reuniu colegas e decidiu
investigar. Arrebanharam-se 11 jovens, submetidos a exercícios
extenuantes. Dez minutos depois da prática esportiva (pedalar), uma das
pernas foi submetida a massagem.
Os pesquisadores colheram amostras do
quadríceps (músculo da parte anterior da coxa) das duas pernas em três
ocasiões: antes do exercício, 10 minutos depois e 3h mais tarde.
Primeiramente, eles constataram o que já
se sabia: depois do exercício, as células apresentam mais evidências de
inflamação e de sinais de autorreparo dos danos do que antes.
A surpresa veio quando se analisaram as
células do tecido massageado: elas tinham 30% a mais de genes
reparadores envolvidos no processo de transformar nutrientes em energia,
bem como 300% menos de proteínas que ‘ligam’ genes envolvidos na
inflamação.
Simplificadamente: os genes reparadores estavam ‘ligados’ e os relacionados à inflamação ‘desligados’.
Quanto à crença de que a massagem
difunde, para outras regiões, o ácido lático do músculo dolorido, a
equipe não achou evidências – esse, até agora, era o argumento
‘científico’ mais usado para justificar os efeitos da massagem.
O estudo foi publicado on-line na revista Science Translational Medicine.Fonte: Terapia Manual