Terapia complementar é eficaz para aliviar as dores de pacientes com fibromialgia
Pesquisa da Faculdade de Medicina da USP aponta que o shiatsu é uma
terapia complementar eficaz para aliviar as dores de um grupo de
pacientes com fibromialgia, doença caracterizada por dores crônicas em
diversas partes do corpo. Além do alívio das dores, houve melhora da
qualidade do sono, da sensação de equilíbrio e da qualidade de vida das
pessoas avaliadas.
Nesta prática terapêutica, com o toque das mãos em determinadas
regiões da pele, detectam-se pontos de dor com excesso de energia,
causado pelo bloqueio do fluxo de energia vital. “Observou-se melhora
estatisticamente significante, considerada também clinicamente
importante, na maioria dos pacientes em quase todas as variáveis
estudadas, exceto a ansiedade”, diz a fisioterapeuta Susan Yuan, que
realizou o estudo, descrito em dissertação de mestrado apresentada na
FMUSP.
Na pesquisa, dois grupos foram acompanhados: 17 pessoas, que
receberam 16 sessões de shiatsu de 50 minutos cada, e mais 17 pessoas
que não receberam a técnica, somente uma cartilha com orientações
educativas sobre a fibromialgia. Além de informações sobre a doença, a
cartilha continha dicas de mudanças para um estilo de vida mais saudável
e um programa de exercícios e alongamento e fortalecimento. Este último
grupo foi chamado de grupo controle pela pesquisadora.
Os pacientes dos dois grupos eram questionados quanto às dores que
sentiam, qualidade do sono, ansiedade, confiança no equilíbrio e, por
fim, qualidade de vida em geral. Depois de oito semanas de tratamento
com shiatsu, 29% dos participantes do grupo que recebeu a técnica dizia
que a fibromiologia tinha um forte impacto em seu cotidiano. No início
do estudo, antes da aplicação do shiatsu, essa taxa era de 70%. No grupo
controle, que não recebeu shiatsu no seu tratamento, essa variação é
muito menor, sendo 64% no início e 59% após as oito semanas. Na
avaliação da qualidade de sono, os dados são também promissores: 94%, no
começo, dizia ter distúrbios do sono, mas após oito semanas de shiatsu,
essa taxa caiu para 59%.
Terapia Alternativa
O shiatsu é um prática japonesa baseada na Medicina Tradicional Chinesa mas que também tem influência da medicina ocidental. Nos pontos com excesso de energia, também identificados e utilizados na acupuntura, é aplicada pressão com a polpa dos dedos ou a palma das mãos visando remover os bloqueios e reequilibrar o corpo energeticamente. “Investigar o shiatsu pelo método científico foi uma oportunidade tanto de conhecer melhor a Medicina Tradicional Chinesa, quanto verificar sua eficácia” conta Susan.
O shiatsu é um prática japonesa baseada na Medicina Tradicional Chinesa mas que também tem influência da medicina ocidental. Nos pontos com excesso de energia, também identificados e utilizados na acupuntura, é aplicada pressão com a polpa dos dedos ou a palma das mãos visando remover os bloqueios e reequilibrar o corpo energeticamente. “Investigar o shiatsu pelo método científico foi uma oportunidade tanto de conhecer melhor a Medicina Tradicional Chinesa, quanto verificar sua eficácia” conta Susan.
A fibromialgia é uma síndrome reumática generalizada, ou seja, pode
acometer diversos pontos do organismo. Os desconfortos causados têm
grande impacto na qualidade de vida, pois atrapalham o sono, além de
levar a quadros de ansiedade, fadiga e depressão. A doença atinge de 2 a
5% da população mundial e suas causas não são completamente
esclarecidas.
A pesquisadora estimula outras pesquisas na avaliação do shiatsu como
técnica complementar. Segundo ela, seu estudo contém algumas
limitações, uma delas foi não ter acompanhado os pacientes num período
de médio a longo prazo. “Embora os resultados deste estudo sejam muito
promissores, suas limitações impedem que se façam inferências para a
população no geral” diz a fisioterapeuta.
No entanto, considerado como terapia complementar, Susan acredita que
o shiatsu pode ser benéfico nos casos de fibromialgia. “Um paciente bem
tratado e com seus sintomas bem controlados é uma pessoa que contribui
ativamente na sociedade, em contraste com uma pessoa limitada pela dor,
fadiga, fraqueza e depressão” finaliza.
fonte: Usp